sábado, 29 de agosto de 2009

Férias#11: fim.

Finalmente ontem, lá fiz a minha estreia no Faustino nesta época balnear. Não fui o único, e essa deve ter sido uma das razões porque os caracóis, as saladas de polvo e o pão alentejano torrado, servido já com manteiga, vieram muito, e em força para a mesa. As imperiais também caíram bem.
O petit comité que tem feito férias esta semana, hoje, lá seguiu de novo para mais um dia de sol e toiros. Assámos umas sardinhas e umas espetadas e fomos a caminho da praia de garrafa de branco em riste afogar as magoas do fim das férias. O tempo deu uma ajuda e o vento que fez companhia durante a semana, hoje meteu folga e a praia estendeu-se até o sol cair no mar e por lá se esconder. Aquela luz amarelada e a linha de Sintra ao longe na bruma, a fazer lembrar que segunda é dia de trabalho, trouxeram uma melancolia de fim de festa, e a certeza de prazer cumprido.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

férias#10: mais peixe, criancinhas e leituras adiadas.

Se quarta-feira nos foi dado ver uma enorme variedade de peixes ao vivo e a cores, ontem, no Clube Naval de Setúbal, voltamos ao tema mas na vertente assados e na brasa. O peixe fresco, embora morto, que passou pelo prato, quase que rivalizou em quantidade com o que vimos no dia anterior dentro do grande tanque. Com a vantagem que este teve a acompanhar três litros de sangria branca para refrescar o palato. Depois de acabar a peixificina, seguimos para a Arrábida, onde nos esperava uma das melhores tardes de praia deste verão. Graças à pequena ditadora que nos tem acompanhado por estes dias, não foi difícil esquecer o quanto o bandulho ficou pesado e fazer a digestão. Ela sabe como monopolizar, quando quer, as atenções, da melhor e da pior maneira. O dom de toda a pirralhada é esse, fazerem-nos esquecer tudo o resto para lhes darmos atenção, fazendo-nos, por momentos, subir aos céus ou descer; ao pior dos infernos. Felizmente, decidiu ir pela primeira opção e lá ficamos, eu, a mãe da criatura e a criança ela mesma a chapinhar o resto da tarde ali mesmo junto ao mar, enquanto na toalha o pai ficava, por momentos, surdo e solteiro, a se dedicar à actualização das noticias desportivas.
É por estas e outras que o Elefante do Saramago, que seguiu ligeiro os capítulos até Figueira de Castelo Rodrigo, ficou por ali acampado na fronteira, à espera dos Austríacos e de mim, que lhe vire a pagina para que siga viagem. Hoje, vou tentar dispensar-me da construção de castelos, jogos de bola e molhadelas à beira mar, e voltar à fronteira espanhola para pôr o paquiderme na rota da corte Austríaca. Quem os fez que os embale, diria a senhora minha mãe, com um dito para cada ocasião. Mas não faço promessas; porque a vida ri-se de previsões e põe palavras onde imaginámos silêncios, e súbitos regressos quando pensámos que não voltaríamos a encontrar-nos. José Saramago, A Viagem do Elefante.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Férias#9: O Oceanário.

Tão fascinante como a vida dentro do grande tanque, é afastarmos-nos dois metros do resto da turba que está de férias em Agosto e observar o seu comportamento animal. Recebesse eu dez euros por cada fotografia tirada com o proibido flash e agora estaria rico. A esquizofrenia de quem passa é tanta que chego a pensar qual dos lados do vidro observa quem; se o lado dos secos ou dos molhados. Na sua tranquilidade aquática, desconfio, que os peixes devem pensar que no Terreário que lhes é dado observar só vive gente com comportamento estranho. Estes humanos são loucos, pensarão eles lembrando com saudade o tempo em que se lhes dirigia a eles um humano com sermões e algo de útil para lhes ensinar. Vou esperar por um mês mais calmo para gozar o sítio com mais (enfim) tranquilidade. Devagar e longe das confusões Agostianas.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Férias#8: Lisboa, Lisboa.

Voltei a casa e por aqui espero acabar as férias, afinal um dos sítios preferidos para estar. Entre livros e discos e dvd's em atraso, umas idas ao cinema, esplanar por aí, uns copos à noite. E praia. Costa, Meco. O que der. "Sem ontem nem amanhã". Pelo menos até segunda. O tempo começa a escassear. Preciso de Férias. Mais.

sábado, 22 de agosto de 2009

Férias#7: de volta à família.

Lá cheguei ontem, junto ao almoço depois de quase cinco horas de viagem em que foi inevitável ir parando à medida que atravessava o Alentejo para tirar mais umas fotos em sítios onde, como diria o outro, não há nada para ver. E como não há nada para ver! Graças a Deus; só silêncio e montes amarelecidos pelo sol. Apetecia ficar mas há que seguir viagem. Em Santa Rita o vento forte que no Algarve soprava quente, aqui vem frio, mas mesmo assim o povo não desiste e de camisola vestida, de toalha enrolada ou, os mais afoitos, mesmo sem nada, lá vão ocupando o areal absorvendo no corpo a brisa e o odor marítimo que marcam presença. Com algum engenho lá se consegue estar na praia, primeiro, e na esplanada, depois, sem ficar exposto ao vento, ao som das batidas atlânticas.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Férias#6: praia, Benfica, carapaus.

O dia correu manso e sem história; praia de manhã e à tarde e um almoço pelo meio com dicas preciosas sobre pinturas de casa. Guardámos as dicas na memória que ontem a coisa não esteve de feição para pincel e trincha. Carpe Diem.
A noite, essa, trouxe de Vorskla ao Benfica a vitória que Poltava e uns carapaus pequenos, do melhor de que me lembro ter comido, apanhados na noite anterior e que chegaram à mesa pelas mãos de um pescador em troca de uns figos para fazer aguardente no intervalo das artes da pesca.
Hoje, mal desligue o computador, sigo viagem de modo a evitar a canícula alentejana e chegar à Lourinhã a tempo de brindar com a senhora minha mãe ao seu aniversário.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Férias#5: sol, suor e cerveja

Não consigo dormir. São 6.30 da manhã e apesar do vento norte que corre fresco e forte lá fora, a casa está quente e eu escorro suor. Estranho a cama. A porta do quarto bate devido à corrente de ar e uma melga que tenho por companhia faz voos rasantes aos meus ouvidos com o seu zumbido incomodativo. Hoje não foi a minha noite. Abro a portada do quarto que dá para a rua e saio para apanhar ar e refrescar o quarto. Mijo ao ar livre com a primeira luz do dia, os cães fazem o seu papel de guardas e vêm ver quem está a mijar fora do penico. Acaba por ser um dos cachorros de meses que ladra e dá o sinal; os outros mais velhos já me conhecem de outros carnavais e seguem o seu caminho. Volto ao quarto, deixo a portada aberta e, com o começo do dia, parece que o vento também acalma.
A ser assim, talvez hoje, corra tudo como ontem; praia de manhã, com a água mais quente que apanhei em Portugal nos últimos anos (isto se a nortada não virou a maré e hoje ela estiver mais fria), umas pinturas na casa que se anseia habitada de novo brevemente, uns banhos na piscina do restaurante para tirar a tinta do corpo e um jantar às onze da noite com um Algardoce para finalizar o repasto. Tudo marcado pela cadência das cervejas que vão refrescando o dia.
Venço a melga. Vou tentar dormir mais um pouco. Ou arranco com o Saramago.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Férias#4: Lisboa, Alentejo e tudo.

Engano-me a mim próprio. Vivo a ilusão de ter queimado todas as calorias acumuladas no fim-de-semana numa singela corrida junto ao rio depois de uma noite bem dormida na minha cama e antes de rumar a sul. Julgo ter visto nos míseros pingos de suor que caíram no chão da expo resquícios de queijo da Serra, cabidela e algumas minis Sagres e SuperBock.
Retoco a trouxa e sigo para o Algarve. Entro no Alentejo depois das duas da tarde sem ar condicionado e debaixo de temperaturas, segundo o termómetro da viatura, a rondar os 40 graus. Nada nem ninguém se atreve a pôr os cornos de fora sob aquele sol abrasador. Os montes amarelados a perder de vista são uma paisagem que tem tanto de crua como de sublime e as oliveiras que se espalham por eles são as únicas coisas que se aguentam estoicamente de pé no silêncio tórrido daquelas planícies sem fim. Paro na Mimosa e arrisco a comprar dois queijos de Serpa amanteigados (onde é que eu já vi isto) que hão-de servir de entrada para o jantar de chegada.
Cinco horas e algumas paragens depois, chego finalmente à Caramujeira ávido de uma lambreta SuperBock que bebo de supetão antes mesmo de acabar de falar ao pessoal todo que estava na esplanada. Entre minis e banhos de piscina a conversa só acabou de ficar em dia após o jantar tardio no alpendre da casa em que ficarei por estes dias.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Férias#3: A Serra.

É inevitável; não se pode estar no pé da serra sem ser atraído pelo seu magnetismo natural. Domingo, voltámos a ela sempre em subir.
A manhã em Seia foi passada em modo chillout na esplanada, cheia de bom gosto e calma, do Museu do Pão a ver a região a estender-se aos seus pés numa dolência própria de um domingo quente de Agosto. A mercearia do museu, como de resto tudo no museu, é um regalo para os sentidos. O cheiro do pão, dos queijos e enchidos, as filas de compotas variadas, azeites, aguardentes, especiarias, a decoração com objectos antigos de casas rurais, tudo ali convida a ficar, como numa igreja, numa contemplação sem fim. 
Depois de um almoço ligeiro continuámos a subir em direcção à barragem de Vale do Rossim onde estivemos a banhos durante parte da tarde até descermos de novo para o empate do Benfica. A estrada convida a ritmos lentos para regalar a vista pela paisagem semi-desnudada de fragas e vegetação rasteira que vai passando e pelos cheiros com que esta vai perfumando a Serra. Encantaram-me os tons vermelhos-alaranjados das arvores que ladeavam alguns lances de estrada, sei-o agora; são tramazeiras, e por elas entretive-me a bater umas fotos, enquadrando-as com a barragem em fundo, na esperança der reter a fotogenia de ambas. Receio que sem sucesso.
Claro que hoje segunda-feira, depois das despedidas dos companheiros de estadia, não resisti e com o amigo que me acompanhou no regresso a Lisboa, lá voltei e não saí de lá sem vir atracado a um queijo da Serra que já ficou na Lourinhã e uma garrafa de medronho que segue amanhã para o Algarve.

domingo, 16 de agosto de 2009

Férias#2: o pecado da gula.

O meu relógio biológico, o alcool, o calor e o colchão que lentamente se foi esvaziando durante a noite continuam a fazer com que venha escrever posts madrugadores. Um dos objectivos da viagem já foi cumprido: deslocarmo-nos à encosta norte da Serra da Estrela à vila de Folgosinho para jantar alarvemente no restaurante Albertino. O quase manjar romano de cabidela, cabrito, leitão, vitela, javali, leite creme , arroz doce, melão, café e bagaço é uma violência para qualquer comensal menos preparado. A sorte é que estamos em Agosto em plena altura de festas e romarias e nada melhor que ir moer a refeição para um clássico bailarico de verão de uma aldeia próxima.
São oito da manhã e ouve-se os foguetes de uma aldeia vizinha. O dia arranca, suo uma mistura de calor de casa quente com vinho e cerveja da noite anterior. Vou tomar banho e sair prá rua.

sábado, 15 de agosto de 2009

Férias#1: a partida.

O dia começou assim e as férias também. Pertence à galeria de dias em que eu não gosto especialmente de andar de carro mas a certeza de boa companhia e de um fim-de-semana em grande superam a alergia de dias típicos de inicio e fim de férias, vésperas de natal, ano novo e páscoa em que todos vão cheios de pressa para serem os primeiros a espetar a bandeira na lua. Ás oito junto-me aos amigos e seguimos em caravana de dois carros até às bandas de Viseu para um sitio que não tive curiosidade de procurar na net onde e como é. Boas férias para mim.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Canhotices à parte. Ele anda aí.

Intervencionistas de todo o mundo: uni-vos!

A minha duvida sobre se me hei-de deslocar ou não ao Campo Pequeno dia 26 de Outubro é saber se não sairei de lá com cãibras no braço esquerdo e punho cerrado para enfiar nas fuças do primeiro fascista que encontrar na rua.
P.S.: no post a baixo já comecei com um ligeiro formigueiro.

Era, era.

Era uma crise tão grande, tão grande, que a primeira coisa que fez foi comprar um barco para fugir a ela.

domingo, 9 de agosto de 2009

Quinta do Todão - reserva 2006

11€ de vinho muito bem empregues.
Para beber com comidinhas fortes típicas de verão. Tipo bacalhau com grão.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Nível Zero

Quando se pensa que o jornalismo chegou ao nível mais rasteiro da sua existência, há sempre quem consiga cavar um pouco mais fundo. Pior que jornalistas que queiram vender jornais é haver (tristes) protagonistas que se prestem ao papel. Para a infelicidade imensa dos jornais o episódio não foi passado com o Benfica se não não seria um dia de capas ridículas. A coisa renderia uma semana inteira para gáudio de quem ganha a vida a escrever sobre nada.