terça-feira, 17 de novembro de 2009

Meto a chave à porta e a vizinha da frente abre a dela e chama por mim. Entro, e a sala com recipientes alinhados desordenadamente no meio do chão. O tecto com pingos de água que, agora que a chuva acalmou, caiem a conta gotas. Combino com a madame a vinda de um pedreiro logo pela manhã e abro a porta da minha casa. descubro, aliviado, uns pingos de água na minha sala e parece que é só. Fico mais descansado. Poiso a mala e vou direito a quarto. O colchão encharcado e o candeeiro a servir de fonte invertida deixam adivinhar uma noite mal dormida. Numa atitude Voltairiana, lembro-me das minhas dores das costas e o quanto eu queria mudar de colchão. Vem-me à cabeça o sem abrigo estacionado no banco do parque de estacionamento em frente à esquadra. Há sempre alguém pior que nós.
Vou à cozinha buscar o esfregão junto à marquise e mais água. Respiro fundo. Limpo a água, desvio as coisas, ponho os alguidarinhos no chão e aninho-me no sofá. Devia ter comprado um sofá de três lugares.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

A noite passada:

Dividiu-se em duas: a primeira em que adormeci no sofá a ver a Paula Moura Pinheiro (aquele charme, aquele cabelo, aqueles olhos, aqueles gestos, aquele traçar de perna. Fala do que quiseres mulher, estarei sempre lá pra ti) e a segunda em que fiz o transbordo do meu corpo para a cama. O meu sono mudou. O que até então tinha sido uma noite calma transformou-se numa noite de tumultos, em que quase acordei cansado. Tive a sensação de ter sonhado com muita coisa de que curiosamente ao acordar não me consegui recordar. Eu que me recordo com frequência do que sonhei durante a noite. Hoje tentei fazer o exercício de me lembrar o porquê de tanta agitação nocturna, não consegui. Do mal o menos; o ultimo sonho de que me lembro matei três pessoas, enfiei-as no porta-bagagens de um carro branco de traseira cumprida (estilo americano) e para caberem lá dentro, ainda lhes parti as perninhas pelos joelhos.