domingo, 30 de maio de 2010

O Povo saiu à rua #7: e apanhou sol abençoado no terreiro do paço.

O Povo saiu à rua #7: e viu com cada personagem...

o Povo saiu à rua #6: e...manifestou-se.


O Povo saiu à rua #5: e aproveitou o ar menos poluído da av. onde normalmente só anda de carro.

O Povo saiu à rua #4: e desceu à avenida para ver a manif.

O Povo saiu à rua #3: e viu os Jacarandás em flor em São Pedro de Alcantara.

O Povo saiu à rua #2

O Povo saiu à rua #1: e gastou dinheiro a crédito em antros de moda importada da China.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

domingo, 9 de maio de 2010

Sou maníaco-obsessivo ou só não gosto de Pipocas?

Às tantas a personagem de Ben Stiller, Greenberg, que dá nome ao filme, diz para o amigo com quem jantava num restaurante, sobre um pessoal barulhento que estava na mesa ao lado: estejam à vontade, sintam-se como estivessem na sala de estar da vossa casa. Foi o que me apeteceu dizer às pessoas que estavam à minha volta a encher a mula com baldes mastondônticos de pipocas.
Não vale a pena, a ultima vez que tinha ido ao corte inglês ver um filme mudei de cadeira a meio porque o cheiro a perfume da velha, com ar de Avenidas Novas, que estava ao meu lado começou a desconcentrar-me e eu já não pensava no filme, só no cheiro enjoativo e nauseabundo que estava a ficar na minha roupa. È verdade que a minha pontaria para acertar em lugares de cinema está ao nível de José Socrates para as previsões económicas, nunca acertamos mas ficamos contentes porque a culpa nunca é nossa, afinal os outros é que estão a comer pipocas. Mas ontem tive mesmo que me aguentar ali se não queria ficar a ver o resto do filme a dois palmos do ecrã e no fim ganhar três dioptrias em cada olho e um lugar de roupeiro numa equipa de futebol de meio da tabela.
Arrisquei a ir, ao sábado, aquele lugar de culto urbano para classe média falida e boçal, apenas porque o filme não passa nos cinemas sem pipocas de Lisboa. E o filme, afinal, nem era grande coisa. Ao contrário da personagem, um maníaco-obsessivo com quem encontrei algumas afinidades. Como na história das pipocas. È que depois não são só as pipocas em si, é todo um ritual que torna aquilo insuportavelmente ruidoso; é a mão dentro do balde como que a baralhar as pedras do loto em procura só deus sabe do quê; são as trincadelas de degustação para ouvir o estalar crocante entre os dentes, é o mastigar dolente como se aquela merda fosse uma coisa rara de se achar e provocasse prazeres orgásticos, isto sem falar na chupadela no copo de coca-cola até ao final só para ter a certeza que já não há liquido dentro daquele pequenino copo de litro de refrigerante. Completamente distraído e com a sala às escuras, nem reparei que acabei por me sentar no meio de dois casais de pipoqueiros e acabei por levar com pipocas de forma histriónica e em stereo durante o filme todo, e quase que acabei a pedir desculpa por estar pr' ali em silêncio para ver um filme que por acaso, mas só por acaso, estava ali a passar numa tela gigante — não sei já se repararam — enquanto a amena cavaqueira e a comezaina decorriam no escurinho do — olha! não é que isto é um — cinema.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

.
.
.
.
.
Sem coração bastante forte para conceber um amor forte, e contente com esta incapacidade que o libertava, do amor só experimentou o mel — esse mel que o amor reserva aos que o recolhem, à maneira das abelhas, com ligeireza, mobilidade e cantando.
.
Eça de Queirós, A cidade e as Serras.