quarta-feira, 25 de abril de 2012

Sobre poemas de Sophia

Sujámos "O dia inicial inteiro e limpo", acusámos "Com fúria e raiva" o demagogo, o tal, que "diz da verdade a metade E o resto joga com habilidade". A cada Abril "recomeço a busca De um país liberto De uma vida limpa E de um tempo justo". Mas no fundo, passará mais um ano, em que, mansamente, apenas "iremos paralelamente Relembrar e chorar como um verão ido O país linear e transparente" que nunca foi.
"Não trago Deus em mim mas no mundo o procuro" e não o vendo, ainda assim lhe peço: "Que o tempo que nos deste seja um novo Recomeço de esperança e de justiça" para esta gente.
Esta gente! "que tem o rosto desenhado por paciência e fome É a gente em quem Um país ocupado Escreve o seu nome". Esta gente!
Esta gente cujo rosto
Às vezes luminoso
E outras vezes tosco

Ora me lembra escravos
Ora me lembra reis

Faz renascer meu gosto
De luta e de combate
Contra o abutre e a cobra
O porco e o milhafre



ás voltas com Cartier-Bresson