segunda-feira, 22 de junho de 2009

Inocência e possibilidade

As imagens eram próximas
Como coladas sobre os olhos
O que nos dava um rosto justo e liso
Os gestos circulavam sem choque nem ruído
As estrelas eram maduras como frutos
E os homens eram bons sem dar por isso
Inédito de Sophia de Mello Breyner Andresen, publicado ontem no Público e colocado hoje aqui porque dormi mal com o calor, foi um fim-de-semana de merda, isto ficou-me na cabeça e porque não entendo as palavras mas sinto-lhes a tranquilidade que por estes dias vai faltando no mundo.
Rostos justos, gestos sem choques nem ruídos, homens bons sem darem por isso. Deve ter sido, mesmo, há muito tempo atrás.