quinta-feira, 22 de julho de 2010

Trilogia puta de Lisboa #3: Sezaltino Venda da Gaita

Com um ar sorridente, a mulher disse para a câmera de televisão enquanto era entrevistada no bairro social onde vivia Sezaltinio, natural de uma aldeia da Beira-Baixa que lhe deu o sobrenome. Eu já estava á espera disto, dês' que deu em panelei...homem-sexual, já tava às péra desta. Eu levar um par de cornos com uma mulher tudo bem, até não me importava, agora com um homem?
Sezaltino morreu depois de ter atropelado duas putas na Duque de Loulé e saído do carro para ver o que tinha acontecido. O seu amante, que trabalhava numa casa de travestis, fazendo de Maria Bethania cantando "olhos nos olhos", na esquina em frente, matou-o logo ali com dois tiros nos cornos de uma arma que guardava nos entrefolhos do cu, por pensar que Sezaltino o enganava com estas duas lambisgoias que nem colhões tinham pr' aguentar com um homem destes e agora se tinham pegado por causa dele.

Trilogia puta de Lisboa #2: Maria Coxa Fina

Vivia no Arco do Carvalhão donde vinha todos os dias num BM gamado pela paixão da sua vida, um lingrinhas tatuado, carregado de escorbuto e psoríase, que, nas suas próprias palavras, lhe punha os dois olhos com sombra natural, quando não trazia pra casa guito suficiente pra duas chinesas. Para manter a magreza natural, comia uma sopa quente nas carrinhas de ajuda na Meia Laranja, antes de ir dar o cu ao manifesto no bar onde por vezes a deixavam fazer o seu numero de cabaret berlinense, quando faltava a kosovar loira que ocupava o lugar.
Morreu, enquanto discutia a ocupação de uma esquina com uma vaca gorda, mamalhuda e porca, atropelada por um cigano numa Ford Transit, que ficou na história da comunidade como o primeiro gay cigano conhecido em Portugal.

Trilogia puta de Lisboa #1: Maria Coxa Grossa

Vinha todos os dias de Fazendas, ao ganho para os bares da Duque de Loulé, trazida, num renault 5 a que saltava a manete da caixa de velocidades quando passava de terceira para quarta, pelo seu apoderado — como ele próprio se intitulava, influenciado pelas lides taurinas das lezírias ribatejanas. Alimentava-se a caralhotas de Almeirim, que comprava nas padarias caseiras da vila, para poder manter a honra do sobrenome e satisfazer os clientes que gostam de putas com a peida grande. Quando as putas são muitas, tiram o ganho umas às outras. Por isso, mão na anca e faca na liga e cá vai disto.
Morreu, enquanto discutia a ocupação de uma esquina com uma magrela, deslambida e escanzelada, atropelada por um cigano numa Ford Transit, que conduzia distraído por ir a apreciar na ponta do dedo indicador a cor e textura dos macacos que tirava do nariz e comia com satisfação gourmet.

Shiiiuuu...o disco também é bom.

Camila Pitanga na capa do disco "João, Voz e Violão".
Melhor que silêncio só João (Caetano, "pra ninguém"), melhor que João, só Pitanga.
Mulheres de salto alto; mulheres com um grãozinho na voz; mulheres morenas. Ás vezes dá-se o caso de elas serem todas uma só no corpo de Camila Pitanga graças à novela das 14h na SIC. óh sorte!!

Nem um político falharia tantas promessas.

- SuperBock SuperRock
- Roxy Music
- Caetano Veloso

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Eu falava no outro dia com um amigo sobre escolhas e citei esse grande filosofo do futebol chamado David Luís. Às tantas na rádio, em entrevista, ele diz "cada escolha é uma renuncia". E se eu já era fã jogador, fiquei também fã do homem com o desenrolar da conversa que ia ouvindo no rádio do carro. O mesmo carro que, qual cordeiro pascal, foi agora vendido em sacrifício por uma escolha que se impunha. Fico sem o conforto do ar condicionado ao sair da praia, sem o sistema de som, sem a direcção assistida, sem a economia do gasoleo, mas em compensação vou, finalmente, deixar de ter, a já há muito baptizada por uma amiga, casa-de-banho do Saddam — onde pontificam as loiças cor-de-rosa-cueca, as torneiras e toalheiros com dourados e azulejos de parede com florões a ornamentar — e uma cozinha com canos novos e um ar mais contemporâneo. E antes que se esgote ainda compro de caminho os bilhetes para o Caetano e Roxy Music e só não compro para os três dias do SuperBock porque não me apetece ir sozinho. Viva o milagre da multiplicação.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Hoje entrou em casa uma brisa nocturna, que trouxe com ela o cheiro do carro do lixo lá em baixo, enquanto eu cá em cima, na varanda, adormecia, como sempre, ao fim de quatro linhas do segundo parágrafo de um qualquer livro que finjo ler antes de adormecer. O cheiro chegou, para me trazer de novo ao mundo dos vivos e fazer o transbordo, a custo e aos pontapés á mobília, até á cama. Não gosto de dormir com barulho nem com luz, fecho tudo, corro as persianas e o resultado é que ao fim de cinco minutos escorro suor por tudo quanto é sitio. Volto a abrir a casa ao ar da noite e tentarei adormece,r na cadeira de praia que está na varanda, ao som dos carros que passam lá em baixo e do ladrar dos cães que guardam o cemitério.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Quando me libertar deste novelo burocrático, proclamarei aos sete ventos e só espero ainda ir a tempo de comemorar com um banho de mar.

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O silêncio, que ardeu na casa no calor da noite, foi cortado apenas pelo barulho da ventoinha que apontei sobre mim mesmo enquanto estava, qual cristo na cruz, de braços e pernas abertas (e isso cristo não estava, nem tanto por pudor mas mais porque, pregos nos pés, segundo reza a lenda, é coisa para não facilitar a abertura a nada) a tentar fazer qualquer coisa que se aproxima-se com dormir. Acordo de, corrijo, levanto-me de manhã, com aquela vontade e madorna que o calor injecta nos corpos e que o facto de estar de férias também não deve ser indiferente, e começo a tratar de mais papelada e telefonemas, e certidões e tudo o que uma alma serena e cristã deseja para apimentar os seus dias idílicos de sol, mar, suor e cerveja.
Quando tudo acabar, se um dia acabar, prometo que vou fugir e ficar com dias inteiros por minha conta, sem pensar que agora tenho de; hoje não posso porque amanhã tenho que; amanhã não dá porque.
E durante esses dias santos nem vale a pena ligarem. Mesmo que seja para dizer que o gato fugiu para cima da arvore.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

No dia em que ficamos mais pobres, aumento do IVA, IRS, taxa de juro do crédito à habitação, só me apetecia espetar na cara destes cabrões todos que nos governam, uma gosma como a que o Ronaldo mandou à câmara em mais uma atitude de puto mimado com mau perder.
Voltar a registar. Para que conste e não esqueça.