terça-feira, 6 de julho de 2010

O silêncio, que ardeu na casa no calor da noite, foi cortado apenas pelo barulho da ventoinha que apontei sobre mim mesmo enquanto estava, qual cristo na cruz, de braços e pernas abertas (e isso cristo não estava, nem tanto por pudor mas mais porque, pregos nos pés, segundo reza a lenda, é coisa para não facilitar a abertura a nada) a tentar fazer qualquer coisa que se aproxima-se com dormir. Acordo de, corrijo, levanto-me de manhã, com aquela vontade e madorna que o calor injecta nos corpos e que o facto de estar de férias também não deve ser indiferente, e começo a tratar de mais papelada e telefonemas, e certidões e tudo o que uma alma serena e cristã deseja para apimentar os seus dias idílicos de sol, mar, suor e cerveja.
Quando tudo acabar, se um dia acabar, prometo que vou fugir e ficar com dias inteiros por minha conta, sem pensar que agora tenho de; hoje não posso porque amanhã tenho que; amanhã não dá porque.
E durante esses dias santos nem vale a pena ligarem. Mesmo que seja para dizer que o gato fugiu para cima da arvore.