sexta-feira, 9 de julho de 2010

Eu falava no outro dia com um amigo sobre escolhas e citei esse grande filosofo do futebol chamado David Luís. Às tantas na rádio, em entrevista, ele diz "cada escolha é uma renuncia". E se eu já era fã jogador, fiquei também fã do homem com o desenrolar da conversa que ia ouvindo no rádio do carro. O mesmo carro que, qual cordeiro pascal, foi agora vendido em sacrifício por uma escolha que se impunha. Fico sem o conforto do ar condicionado ao sair da praia, sem o sistema de som, sem a direcção assistida, sem a economia do gasoleo, mas em compensação vou, finalmente, deixar de ter, a já há muito baptizada por uma amiga, casa-de-banho do Saddam — onde pontificam as loiças cor-de-rosa-cueca, as torneiras e toalheiros com dourados e azulejos de parede com florões a ornamentar — e uma cozinha com canos novos e um ar mais contemporâneo. E antes que se esgote ainda compro de caminho os bilhetes para o Caetano e Roxy Music e só não compro para os três dias do SuperBock porque não me apetece ir sozinho. Viva o milagre da multiplicação.