quinta-feira, 22 de julho de 2010

Trilogia puta de Lisboa #1: Maria Coxa Grossa

Vinha todos os dias de Fazendas, ao ganho para os bares da Duque de Loulé, trazida, num renault 5 a que saltava a manete da caixa de velocidades quando passava de terceira para quarta, pelo seu apoderado — como ele próprio se intitulava, influenciado pelas lides taurinas das lezírias ribatejanas. Alimentava-se a caralhotas de Almeirim, que comprava nas padarias caseiras da vila, para poder manter a honra do sobrenome e satisfazer os clientes que gostam de putas com a peida grande. Quando as putas são muitas, tiram o ganho umas às outras. Por isso, mão na anca e faca na liga e cá vai disto.
Morreu, enquanto discutia a ocupação de uma esquina com uma magrela, deslambida e escanzelada, atropelada por um cigano numa Ford Transit, que conduzia distraído por ir a apreciar na ponta do dedo indicador a cor e textura dos macacos que tirava do nariz e comia com satisfação gourmet.