quinta-feira, 18 de junho de 2009

Mesmo de um 5º andar da descaracterizada av. Afonso III em Lisboa é possível ouvir ao longe o entoar de uma marcha popular num qualquer arraial dos arredores. E vem-me à cabeça Alfama, de onde cheguei à minutos. E que linda que ela está. Toda cheia de vida. Rua iluminadas, festões e manjericos às janelas, gente sentada às portas. Que saudades de chegar e sentar no degrau da escada da minha velha casa. E no entanto as idiossincrasias que nos fazem deseperar. Como aguentar a cusquice das vizinhas; como não desesperar com a musica em altos berros que sobe do rés-do-chão como se estivesse dentro da nossa própria casa; como aguentar com a vizinha de cima em saltos altos a varrer a casa de chão de tábua corrida ás 7.00h; como aguentar o fogareiro do restaurante, debaixo da janela de casa, a assar sardinha às 22h, numa noite de calor como esta em que todas as janelas são poucas para fazer circular o ar?; Como fazer perceber a singularidade do lugar a quem lá habita há tantos anos e não o entende e respeita. São estas coisas que me levam a pensar que fiz bem em sair de lá quando lá estou. E são outras sibilinas coisas que me levam a querer lá estar quando lá não estou.
Ou com cantava o outro: "L.A is fine, but it ain't home / New York's home, but it ain't mine no more".