terça-feira, 1 de setembro de 2009

Os deuses devem estar loucos.

Atrás de mim um puto, preocupado, perguntava ao pai: o que é que acontece se o Benfica marcar o sete? O sete, marcou o sétimo e matou a curiosidade do puto. O Setúbal, esse, já tinha morrido antes do intervalo. Ainda pensei que já nem voltasse após. Por falta de comparência só perderia por três; talvez fosse melhor, mas julgo que a lei não se aplica a meio jogo. É pena. Ou não.
Deus nosso senhor quando criou o mundo descansou ao sétimo dia, os deuses comandados por Jesus, não só não descansaram ao sétimo como ainda marcaram o oitavo para desespero do treinador do Setúbal que estava completamente, digamos, às azenhas. É próprio dos deuses serem magnânimos e a piedade e complacência só os tornam mais humanos, por isso, o tento de honra dos adversários mesmo ao cair do pano.
Confesso que tive alguma dificuldade em concentrar-me dentro das quatro linhas; ali, mesmo junto à linha lateral Jorge Jesus dá um espectáculo dentro do espectáculo, com as suas indicações guturais para dentro do campo em gestos largos e modos viscerais, vai sempre corrigindo o que houver a corrigir. Mesmo que já estivesse-mos na fase bater-no-ceguinho. Mais um golo ou cinco minutos de jogo e a coisa até já se estava a tornar enfadonha. Nem vale a pena achar o feito extraordinário, de facto, este ano, esta vai se tornar uma das muitas vulgares exibições do Benfica.