sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Delirium Nocturnum (titulo roubado a uma cerveja belga)

Avanço.
Escrevo, emendo, volto a trás. Descarrego um parágrafo. Volto atrás. Não quero falar sobre isto. Recomeço com aquilo. As palavras não saem.
Backspace, backspace, backspace, backspace.
Vou por aqui. Não isto não tem interesse.
Backspace, backspace, backspace, backspace...
Alguma coisa tem interesse? Não, isto, não. Tenho sono. Shutdown. Talvez amanhã.
Não. Hoje vai. Já sei.
Tou sem paciência para escrever, isto vai ficar em branco uns tempos.
Isso já fica. Branco. Branco de ideias já ele é.
Backspace, backspace, backspace, backspace...
A vida anda demasiado insípida - e isso não é necessariamente mau - para registar aqui alguma coisa. Isto é um bom começo, mas,
backspace,backspace,backspace,backspace,
abrir o flanco para quê.
Generalidades. Boa! Vou por aqui, com ponto de exclamação e tudo. Agora que há uma petição na net para acabar com o uso dele cá vai, só porque sim, e pra chatear uma linha inteira deles. Logo eu que nem sou fã, embrulha: !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Enough is enough.
Não também, não. Talvez o Glorioso e as goleadas,
Backspace, backspace, backspace, backspace.
Esquece. Perdeu o encanto das coisas excepcionais e ganhou a vulgaridade das coisas triviais.
Mais nunca é demais.
Releio. Paro. Isto não faz sentido. Está surreal. Agora vai assim.
Assim como? Assim sem nada.
Volto a trás; quantos com o Braga, Porto, ou Braga. Porra tantos dilemas.
Não.
Caim e Saramago.
É parecido, José provoca Deus, Jesus castiga-os com ira esférica.
Não, caguei prás cretinices do velho. Deploro o homem, adoro o escritor. Quero ler o livro,
backspace, backspace, backspace, backspace...
E com esta merda toda também quero voltar à Bíblia. Não tenho tempo. Quero o Lobo Antunes e os Cavalos. Não há guito. Ou vai um ou vai outro. Vão os dois. Não dá. Levo o Saramago e a sua ironia. Não, Lobo Antunes. Com o Saramago nunca..., não, também aconteceu; fechar o livro a meio e voltar ao principio para perceber a história. Lembro-me agora, mas já foi há anos. Memorial do Convento. Talvez não tivesse preparado. Depois, com bilha de oxigénio ao pé, lá consegui ler de seguida, o primeiro parágrafo todo.
Quantas vezes já escrevi parágrafo neste texto? e de cada vez que
parágrafo
esqueço-me (e agora esqueço-me só à quarta tentativa, primeiro sem cedilha, depois com dois esses, agora sem u, porra estou mesmo mal)
do assento no "a". Pará, pa-rá-gra-fo. Assim.
O Tempo. Isso. Se não chover está um lindo dia de sol. Este indian summer que nunca mais acaba, gra...
backspace, backspace, backspace, backspace...
ia para escrever graças a Deus
(com caixa alta, pra chatear o outro, e se me der na gana rezo-lhe um padre nosso, como dizem os antigos, nas fuças do blog dele)
mas emendo que deus não é metido nestas alterações climáticas. E enquanto o mundo discutia em Copenhaga
(saudades, muitas. De tudo. De todos)
como controlar as emissões de CO2 para a atmosfera, eu tomava um banho de mar, nu em pelo, na praia de sta Rita onde durante o verão todo não consegui pôr uma unha dentro de água, porque está sempre gelada que até mirra os tomates e estão sempre os vagalhões do caralho, que um gajo pensa que entre morrer afogado ou morrer de calor, mais vale a segunda que sempre dá para aliviar com uma gelada.
Já me dói a cabeça de escrever esta merda sem sentido nenhum. Já passa das duas da manhã e pra escrever esta merda, mais valia estar a a dormir.
Não era nada disto que eu queria
backspace, backspace, backspace, backspace,
não quero escrever: não era nada disto que eu queria.
Vou dormir, foda-se, tenho que me levantar cedo.
backspace, backspace, backspace, backspace, backspace,
dói-me a cabeç
backspace, backspace, backspace, backspace, backspace,
não, doem-me é os olhos,
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Shutdown.