sábado, 7 de março de 2009

Novo ciclo se aproxima. Desperto para isso quando hoje a arvore do quintal das traseiras já toda ela em flor. Parece uma amendoeira, mas a minha botânica ignorância não permite afirma-lo. Mais certo que não seja. Parece que de facto, tudo em ciclo se vai renovando. Tudo? Tudo não. O cão e a fraga (a ave pela qual nutro um ódio de estimação) com o seu constante esgar de pio aflitivo, continuam ciclicamente na sua entediada e triste rotina de reclusão. O canídeo também tem os seus momentos, ladrando e uivando, horas seguidas. Mas, quem não reclamaria se estivesse dias e dias seguidos, amarrado a um metro de corda, que atire a primeira pedra. Quais as motivações que levam aquela besta a ter preso num enorme quintal, um canito de pequeno porte sem nunca o soltar? Que tipo de amor, terá aquela avantesma de robe branco pelo nobre cão?, em nome do quê, inflige aquela cavalgadura tanto sofrimento na vida do pobre bicho, tornando-a tão redutora?
Pudesse eu, e era o dono que amarraria à barraca e lhe serviria em gamela ferrugenta, a merda do comer que ele faz o favor de deixar ao animal.