sexta-feira, 3 de julho de 2009

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Acabei de chegar a casa, bebi umas cervejas. Vejo o sol a fazer um efeito neon enquanto tenta nascer entre o nebuloso céu e o imenso Tejo. E lembrei-me de ti. Sejas lá quem foste. Navego na net e divago. Vejo imagens de banhos de mar e sinto falta. Os dias apetecem, mas esperemos. O que é nosso está guardado, tenhamos fé. Sinto saudades daquele fim-de-semana não vivido, sentido. Dividimos a praia, o sal, o vinho. Partilhámos o livro, ouvimos a mesma canção. Dançámos, languidamente, sob a luz amarela daquela imagem tão kitch do pôr-do-sol da praia. Mas tu sabes que eu gosto de luzes amarelas e de fotografias do pôr-do-sol. E já agora, do nascer. Não sabes, mas eu digo-te. Jantámos, vimos a noite. Perdemos a noite (eu acho que a ganhámos) falámos de nada e lembro-me tão bem, silenciámos tudo. Passámos as horas entre sexo ávido e amor dolente, como pedia aquele ar quente e húmido em que me refresquei no teu suor salgado. Eu sei, é imagem de romance de estação de serviço de auto-estrada, mas não há outra maneira de dizê-lo. Acabou como tinha começado, daquela maneira fugaz e absoluta das coisas às quais não podemos fugir, sem amanhã, sem isto nem aquilo. Só pelo prazer de, finalmente, não fazer o que está certo.