sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Com a ponte de segunda-feira passada, aproveitei para, em dois dias assistir ao compacto, não sei se, da Anatomia de Grey, se do Serviço de Urgência.
Só que ao vivo e a cores. Como ouvi no corredor alguém dizer, chego em Novembro, e com tanta espera, já saio em Dezembro. No sofá adormeço sempre, ali, há a vantagem de poder ser parte interveniente no episódio, é-se ao mesmo actor e espectador da acção (ou da falta dela) que vai escorrendo na passagem das horas. Procuro saber o ponto da situação, está tudo encaminhado, há que esperar resultados. Seja.
Uns vêm, outros vão, quase todos com má cara. Os olhares cruzam-se na interrogação, utente ou acompanhante. Na maior parte das vezes é evidente. Imagino a(s) história(s) de vida(s) por trás daqueles rostos. Na parede, cheia de gente, onde um papel avisa É expressamente proibido aguardar nesta zona devido à passagem das macas, encosto-me e descanso, enquanto as horas, lentamente, vão passando. Mesmo sem cadeiras, o corredor, acaba por ser menos deprimente que a sala de espera. Ali o amontoado é maior, e a televisão, fatalmente, ligada na TVI com as suas histórias de faca e alguidar, a puxar para a lagrima fácil bem ao gosto popular, só ajuda a aumentar o desespero de quem só quer um pouco de recato. Podia ser o canal oficial do Serviço Nacional de Saúde, mas no dia seguinte comprovo que, na sala de espera de uma clínica privada, é Goucha e a sua histriónica partenaire que também reinam perante a, aparente, indiferença de quem aguarda a sua vez. Mais um dia de salas de espera com TVI e quem começava a precisar de tratamento era eu. Psicológico.