terça-feira, 17 de novembro de 2009

Meto a chave à porta e a vizinha da frente abre a dela e chama por mim. Entro, e a sala com recipientes alinhados desordenadamente no meio do chão. O tecto com pingos de água que, agora que a chuva acalmou, caiem a conta gotas. Combino com a madame a vinda de um pedreiro logo pela manhã e abro a porta da minha casa. descubro, aliviado, uns pingos de água na minha sala e parece que é só. Fico mais descansado. Poiso a mala e vou direito a quarto. O colchão encharcado e o candeeiro a servir de fonte invertida deixam adivinhar uma noite mal dormida. Numa atitude Voltairiana, lembro-me das minhas dores das costas e o quanto eu queria mudar de colchão. Vem-me à cabeça o sem abrigo estacionado no banco do parque de estacionamento em frente à esquadra. Há sempre alguém pior que nós.
Vou à cozinha buscar o esfregão junto à marquise e mais água. Respiro fundo. Limpo a água, desvio as coisas, ponho os alguidarinhos no chão e aninho-me no sofá. Devia ter comprado um sofá de três lugares.